Suzano tem lucro afetado por câmbio mas fica acima do esperado

Suzano (SUZB3) tem lucro 61% menor no balanço do 4º trimestre, por variação cambial; Ebitda sobe 60%


Lucro de R$ 2,313 bilhões do 4º trimestre veio acima do projetado pela Refinitiv, que era de R$ 1,6 bilhão.


A Suzano (SUZB3) registrou um lucro líquido de R$ 2,313 bilhões no quarto trimestre do ano passado, cifra 61% inferior à reportada no mesmo período de 2023. O resultado veio acima do esperado pela Refinitiv , que era de R$ 1,6 bilhão.


Em comparação ao terceiro trimestre do ano passado, a Suzano melhorou o seu resultado líquido ao reverter prejuízo reportado, na ocasião, de R$ 959 milhões.


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Conforme a Suzano, na comparação anual, a variação negativa de R$ 3,601 bilhões no resultado líquido refletiu, principalmente, a variação negativa no resultado financeiro, parcialmente compensada pelo melhor resultado operacional.


Por sua vez, as variações cambiais e monetárias impactaram negativamente o resultado financeiro, em R$ 1,722 bilhão em função da desvalorização de 3% real frente ao dólar, no fechamento do trimestre, já que parcela da dívida está em moeda estrangeira.


“Importante ressaltar que o impacto contábil da variação cambial na dívida em moeda estrangeira tem efeito caixa somente nos respectivos vencimentos”, detalhou no relatório do balanço.


De forma consolidada, o resultado financeiro líquido da Suzano foi negativo em R$ 2,657 bilhões, ante desempenho positivo de R$ 6,238 bilhões de um ano antes. Na comparação com o 3T, houve uma queda de 66% nas despesas financeiras líquidas.


Receita e Ebitda da Suzano (SUZB3)


O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Suzano somou R$ 6,355 bilhões, incremento de 60% na comparação entre quartos trimestre de 2021 e 2023. A margem Ebitda ficou em 55%, ante 49% de um ano antes.


Frente o terceiro trimestre, o Ebitda ajustado subiu 1%, mas com queda de 3 pontos porcentuais na margem.


A receita líquida somou R$ 11,470 bilhões no quarto trimestre de 2021, alta de 43% na comparação anual e 7% ante trimestre imediatamente anterior.


Conforme o balanço da Suzano, em volume, as vendas totais subiram 3% tanto frente o 4T20 quanto o 3T21, para 3.093 mil toneladas.


As vendas de celulose somaram 2.722 mil toneladas, altas de 2% na comparação anual e trimestral, enquanto as de papel atingiram 371 mil toneladas, para 371 mil toneladas.


Receitas da Suzano no balanço do 4º trimestre.


Preços de papel e celulose.


No relatório que acompanha o balanço, a Suzano destaca que, em um contexto de restrições logísticas nas cadeias globais e baixa disponibilidade de celulose no mercado, em 2021, a significativa recuperação do preço da celulose e o forte volume de vendas foram característicos ao longo do ano.


Como consequência, escreveu a empresa, houve um crescimento de 59% no Ebitda deste segmento em 2021, “apesar da pressão sobre o custo caixa de produção, em grande parte afetado pela alta global dos preços das commodities”.


No segmento do papel, o Ebitda foi recorde, impulsionado pelo desempenho operacional e significativa melhora do ambiente de negócios, à despeito da elevação dos custos.


Demanda.


De acordo com a companhia, o último trimestre apresentou uma forte demanda de celulose globalmente. Na Europa e na América do Norte, a demanda de celulose foi suportada por um cenário de sólida performance nos segmentos de papel.


“O consumo de papéis sanitários seguiu a retomada observada no 3T21”, ressaltou a Suzano, acrescentando que “o segmento de Imprimir e Escrever permaneceu aquecido suportado pela menor oferta, à medida em que a continuidade da crise logística global restringiu o abastecimento via importação acompanhado de um aquecimento econômico pelo lado da demanda”.


Sobre a China, após as restrições de energia que impactaram a indústria em setembro e outubro, a fabricante observou uma retomada dos patamares de produção de papel.


Isso foi associada à restocagem do produto acabado que habitualmente antecede o Ano Novo chinês e neste ano as Olimpíadas de Inverno de Pequim, o refletiu numa recuperação de preços iniciada ao final de novembro.


Oferta.


Do lado da oferta, a empresa reportou a entrada de volume de produção via novos projetos de celulose, embora aquém do esperado, conjugado ao arrefecimento da economia chinesa, o que impactou negativamente o ambiente de preços durante a primeira metade do trimestre.


“Entretanto, um cenário de paradas não programadas associado a uma cadeia logística ainda mais desafiadora contribuíram para uma recuperação de preços a partir do fim de novembro”, destacou.


Na Europa e na América do Norte, o balanço entre oferta e demanda manteve-se estável durante todo o trimestre, acrescentou a Suzano.


Neste contexto, os índices PIX/FOEX da celulose de fibra curta registraram queda de 13% no mercado chinês e estabilidade em patamares de alta histórica na Europa quando comparados ao trimestre anterior.


“Adicionalmente, a manutenção da diferença entre os preços da celulose de fibra longa e curta em patamares elevados seguiu incentivando um movimento importante de substituição entre fibras.”


Dívida e investimentos.


Em relação à dívida líquida, a Suzano informou que houve um recuo de 8%, a R$ 58,280 bilhões.


Dessa forma, o índice de alavancagem, medido pela relação entre dívida liquida e o Ebitda ajustado foi de 2,4 vezes no final de dezembro de 2021, uma redução de 1,8 vez em relação ao 4T20.


Endividamento da Suzano no balanço do 4º trimestre.


Investimentos.


No 4T21, os investimentos de capital da Suzano totalizaram R$ 2,220 bilhões, 89% superior ao 4T20.


Isso se deve, sobretudo, em função de maiores gastos com manutenção (principalmente com maiores investimentos em manutenção florestal e maior concentração de projetos industriais em função das paradas gerais previstas para o início de 2023), maior investimento relacionado ao Projeto Cerrado e maiores gastos com projetos de modernização.


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